3 de nov. de 2013

Cidades de Papel - John Green

Editora: Intrínseca
Páginas: 368
Resenhado por: Anderson Branco

Em Cidades de papel, Quentin Jacobsen nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman desde a infância. Naquela época eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelo bairro, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola e ele é só mais um dos nerds de sua turma. Certa noite, Margo invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela madrugada e ela decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele dia, nem no outro, nem no seguinte. Quando descobre que o paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava que conhecia.


O fato de que os primeiros livros de John Green lançados no Brasil foram “Quem é Você, Alasca?” e “A Culpa é Das Estrelas” favoreceu incrivelmente o sucesso do autor, porém, em minha opinião, também o desfavoreceu por parecer que a intensidade de seus livros estivesse desaparecendo junto com novos lançamentos, transformando-se em livros mais contemporâneos e adolescentes do que os anteriores. Talvez o certo fosse ter guardado o melhor para o final e essa inversão foi o que me fez não ficar tão envolvido com a história de Cidades de Papel. 

Quentin  Jacobsen (ou apenas Q, como preferir), é um garoto normal, vivendo sua vida rotineira junto com seus dois melhores amigos. Quando era criança ele passava grande parte de seu tempo junto à sua vizinha Margo, eles eram inseparáveis e até chegaram a encontrar, juntos, um cara morto perto de uma árvore.

Porém o tempo pode destruir até as maiores amizades, e ele o fez. Depois de alguns anos, na adolescência, os dois nem se falam mais, Margo se tornou a garota popular no colégio e Quentin um nerd sem muitos amigos, ele passa a venerá-la, tratando-a como uma rainha ou algo do tipo, porém Margo parece se importar mais com seu novo círculo de amizade, que envolve outras garotas superpopulares e seu namorado Jase.

Um dia Margo abre a janela do quarto de Q. no meio da noite e, com seu rosto pintado de preto, entra advertindo que esta noite será a melhor da vida dele.  Depois de explicar qual era o plano que tinha em mente, ela e Quentin partem para deixar alguns presentinhos nas casas de pessoas que não se comportaram bem. 

Mas acontece que, depois de invadir algumas casas, um dos edifícios mais altos de Orlando e entrar no Sea World sem autorização no meio na noite, Quentin fica na esperança de que no próximo dia tudo seja diferente, que Margo fale com ele na escola, que eles possam sentar juntos, ou fazer coisas mais pessoais. Porém, ao acordar no outro dia, ele descobre que a garota havia desaparecido... novamente, ela já havia feito isso outras vezes e deixado pistas indecifráveis para os pais. 

Ao saber que das outras vezes que Margo fugiu ela deixava para trás pistas, Quentin decide ir atrás delas, tentar encontra-las de qualquer forma e, então, descobrir onde a garota foi parar, ele encontra uma, e depois outra e mais outra, até que se depara com um livro de poemas de Walt Whitman que, provavelmente, é o óculos que ele precisava para enxergar com nitidez as pistas anteriores.

E, apesar de esta ter sido a trama central da história, a mensagem que o livro passa vai muito além disso, Cidades de Papel não é apenas sobre determinação, o livro fala sobre como as pessoas conseguem ser superficiais, fala sobre os fios que ligam nossa vida e que acabam com ela quando arrebentam e muitas outras mensagem bem memoráveis que você irá perceber com clareza ao ler o livro.

Eu gostei muito de Cidades de Papel, o livro conseguiu me passar as mensagens que ele queria passar, entendi qual era o fundamento de Green ao escrever o livro e em que ponto ele queria chegar com aquilo tudo, porém, como eu disse, não consegui gostar tanto dessa história quanto eu gostei de A Culpa é das Estrelas e, com certeza, isso foi causado por conta da minha expectativa de uma história muito (ênfase em muito) profunda – o que eu sempre espero quando abro algum livro de John Green.

Mas, ainda assim, isso não impediu que eu gostasse da história do livro, gostei bastante, ri muito das cenas entre os amigos de Quentin e ele, a forma como John Green consegue fazer uma história profunda ser engraçada e descontraída éincrível, ele é mestre nisso.

Recomendo Cidades de Papel para aqueles que leram livros de John Green e gostaram, que gostam de livros contemporâneos e engraçados, ou para os que estão procurando um livro para descontrair um pouco, este é ótimo!

“Margo sempre adorou um mistério. E, com tudo o que aconteceu depois, nunca consegui deixar de pensar que ela talvez gostasse tanto de mistérios que acabou por se tornar um.” 

5 comentários:

  1. Ah, eu gostei mais deste do que de A culpa é das estrelas. Gosto mais do tom bem humorado do John Green do que da voz depressiva e reflexiva dele. rs

    ResponderExcluir
  2. Não posso dizer sobre o nível dos livros estarem decaindo porque só li um, e amei. O lado ruim de criar muitas expectativas é que talvez elas não serão correspondidas.
    O que me fascina no John é que vejo todo mundo lendo os livros dele, aí vejo a capa e o nome, e quando vou procurar sobre a história é algo completamente diferente do que imaginava e já li. Eu acho o cara muito original.
    E esse quote pra fechar a resenha, adorei.
    http://nuvensdecrepom.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  3. Pois é, esse é o mal da expectativa. Por ler o primeiro livro de um autor e achá-lo o máximo, sempre se espera demais dos posteriores. Mas gosto das passagens cômicas XD

    ResponderExcluir
  4. Eu comecei a lê-lo, só que eu não terminei de ler. A história me pareceu interessante, e quem sabe eu termine de ler pra saber o que acontece com a garota.

    ResponderExcluir
  5. Eu to com muita vontade de ler esse livro! Minha namorada já leu o A Culpa é das Estrelas e o Cidades de Papel, e disse que o segundo é melhor e que eu gostaria de ler. Já tá na minha lista de leitura, só falta ler haha

    ResponderExcluir

• Escreva um comentário e deixe uma blogueira muito feliz!

 
Minima Color Base por Layous Ceu Azul editado por Anderson Vidal